Quem não adora uma boa história? Desde os contos que ouvimos quando éramos crianças até as narrativas que consumimos em filmes e livros, histórias têm o poder de capturar nossa imaginação e estimular nossa empatia.
Não é por acaso que o storytelling nas redes sociais se tornou uma peça-chave nas estratégias de marketing das empresas. Estudos mostram o impacto que a capacidade de se conectar emocionalmente com o público pode ter nos resultados financeiros.
Segundo o relatório Global Empathy Index, as 10 empresas vistas como as mais empáticas do mundo geraram, em média, 50% mais lucros do que aquelas classificadas como menos empáticas.
E como essas empresas estão alcançando esse nível de empatia? A resposta muitas vezes reside na habilidade de contar histórias. Muitas marcas transformam simples postagens e anúncios em narrativas que seus seguidores realmente querem ouvir e compartilhar.
É sobre isso que falaremos neste texto. Se você quer saber tudo que o storytelling para as redes sociais pode fazer pela sua estratégia de marketing, continue a leitura!
O que é storytelling e por que usar?
Storytelling é a arte de contar uma história, uma prática que envolve a criação de narrativas que cativam, emocionam e, acima de tudo, conectam as pessoas.
Embora o termo tenha uma forte relação com narrativas no marketing e nas vendas atualmente, a prática de contar histórias é milenar e permeia a história da humanidade.
Desde os primórdios, nossos ancestrais usavam a narração de eventos e mitos para comunicar valores, transmitir conhecimentos e conectar comunidades.
A contação de histórias sempre foi um jeito de compartilhar experiências e ensinar lições, passando de geração para geração.
Cada grande história tem uma estrutura clara: um começo que estabelece o cenário e apresenta os personagens, um meio que desenvolve o conflito e as emoções, e um fim que proporciona uma resolução satisfatória.
Esse modelo clássico de narrativa ajuda a organizar e apresentar informações de maneira atraente e cria uma experiência imersiva para o público.
Se você abrir o aplicativo do Instagram, provavelmente verá marcas que utilizam o storytelling para transformar mensagens em histórias que se conectam com os valores e aspirações dos consumidores.
É por isso que profissionais com essas habilidades são tão valorizados no mercado. E você, que trabalha com social media, está preparado para utilizar o storytelling em suas ações?
Qual a importância do storytelling para as redes sociais?
Não é porque você entendeu o que é storytelling que você vai aplicar essa técnica na sua estratégia de marketing, nós sabemos.
Mas quem sabe, depois de descobrir as vantagens dessa técnica, você será convencido de levar o storytelling para as redes sociais?
Separamos os ganhos reais de contar histórias nas redes das marcas e exemplos de storytelling na publicidade para se inspirar.
Histórias humanizam a comunicação
Se a comunicação foi facilitada por meio da tecnologia, como se destacar da concorrência? Com a humanização. Ao levar o leitor em uma jornada bem construída, você conquistará sua atenção e, quem sabe, seu engajamento.
Humanizar uma marca significa transformar uma entidade abstrata em algo palpável e relacionável. Quando uma marca conta uma história, ela não está apenas vendendo um produto; está compartilhando uma experiência, um sentimento que ressoa com o público.
Vamos olhar para um exemplo de como a humanização com o storytelling pode ser feita nas redes sociais: a hashtag #ShotoniPhone da Apple.
A ideia é simples, mas poderosa. O perfil de Instagram da Apple usa essa hashtag para exibir fotos incríveis tiradas por usuários comuns com suas câmeras de iPhone.
Em vez de criar campanhas publicitárias exageradas, a Apple opta por usar conteúdos gerados pelos usuários (UGC), mostrando o que seus produtos podem fazer através das lentes dos próprios consumidores.
Cada foto compartilhada com a hashtag #ShotoniPhone tem uma história por trás, seja uma viagem inesquecível, um momento especial com a família ou uma visão do cotidiano. É ou não é uma maneira lega de contar histórias?
“O caminho do sucesso nas mídias sociais tem apenas um fundamento: se seu conteúdo é relevante e ajuda a reter os usuários na rede, ele será mais distribuído. Então se você quer se destacar e vender mais, contar uma boa história é essencial.” – Rafael Kiso, CEO e CMO da mLabs
Histórias geram identificação com o público
As escolhas de compra são vastas, e as informações estão a um clique de distância. As pessoas não se contentam mais em comprar algo apenas porque é “legal” e querem entender o ethos e a missão de uma marca para verificar se ela está comprometida com algo maior, como uma causa social ou um movimento em que acreditam.
As narrativas ajudam a mostrar aos consumidores que uma marca partilha com eles as mesmas opiniões e os mesmos valores.
Um excelente exemplo é a campanha do Burger King nas redes sociais para o Mês do Orgulho em 2023. Em vez de apenas lançar um novo produto ou uma promoção, o Burger King decidiu contar histórias que importam para muitas pessoas.
A campanha “Família é quem acolhe”, idealizada pela A-Lab, celebra o Mês do Orgulho tocando em questões sensíveis e importantes para a comunidade LGBTQIA+.
O filme criado para essa campanha aborda o acolhimento de pessoas LGBTQIA+ por meio de histórias autênticas, mostrando o contraste entre aqueles que encontraram apoio familiar e aqueles que, infelizmente, não tiveram essa mesma sorte.
A marca foi além, unindo forças com a Casa Neon, um espaço de acolhimento para pessoas LGBTQIA+ expulsas de casa ou em situação de rua.
Com essa iniciativa, o Burger King se posiciona como mais do que apenas uma rede de fast food, mas se coloca ao lado dessas pessoas, prestando apoio e trabalhando para fazer a diferença em suas vidas.
“O que une as pessoas? Exércitos? Dinheiro? Bandeiras? Não, são histórias. Não há nada mais poderoso no mundo do que uma boa história. Nada pode pará-la. Nenhum inimigo pode derrotá-la.”– Tyrion Lannister, personagem da série Game of Thrones
Histórias simplificam mensagens complexas
Muitas vezes, a explicação técnica de um produto ou serviço pode parecer densa e até mesmo entediante para o consumidor. Mas, quando essas informações são transformadas em uma narrativa, tudo muda.
O storytelling permite que essas explicações sejam contadas de forma fluida, quase como uma conversa entre amigos, em que as funcionalidades e os benefícios de um produto ou serviço são apresentados de maneira natural.
Um exemplo dessa estratégia é o post collab da mLabs com a @plugcitarios no Instagram. Nesse vídeo, o storytelling é utilizado para explicar como funciona a plataforma de gestão de mídias sociais mLabs.
Somos apresentados a uma ligação entre duas pessoas. Uma delas, um social media, está enfrentando uma série de desafios, desde a produção de conteúdo até o agendamento de posts, e compartilha essas dores de cabeça com a pessoa do outro lado da linha.
Enquanto isso, a segunda pessoa vai explicando como a plataforma de gestão de mídias sociais mLabs pode resolver esses problemas.
O que torna esse vídeo tão atrativo é a maneira como ele utiliza o storytelling para descomplicar o que poderia ser uma explicação técnica.
Em vez de listar as funcionalidades da mLabs, o vídeo constrói uma narrativa que envolve o espectador. As mudanças de personagens e o diálogo engraçado mantêm a atenção do público e tornam o processo de explicação muito mais fácil de entender.
No final, o que poderia ser um simples tutorial sobre uma ferramenta de agendamento se transforma em uma experiência envolvente e educativa.
“[…] Contamos histórias para convencer investidores a apoiar um produto. Contamos histórias para educar alunos. Contamos histórias para motivar equipes. Contamos histórias para convencer doadores a assinar um cheque. Contamos histórias para encorajar nossos filhos a atingir seu potencial máximo.” – Carmine Gallo, autor do livro “Storytelling”
9 elementos indispensáveis do storytelling
Boas histórias podem surgir de maneira espontânea, mas, para garantir que elas gerem os efeitos desejados, é necessário estruturá-las com base em elementos clássicos da narrativa. Veja quais são eles na lista abaixo.
1. Mensagem
Toda boa história começa com uma mensagem clara, aquela ideia central que você quer transmitir. Pense na mensagem como a essência da narrativa, aquilo que o leitor ou espectador vai levar consigo depois que a história acabar.
2. Cenário
O cenário é o ambiente onde os eventos se desenrolam. Ele pode ser um lugar real ou fictício, mas deve ser descrito de forma que o leitor se sinta transportado para lá.
Um dos motivos pelos quais escritores como J. R. R. Tolkien e George R. R. Martin são amados por muitos são as descrições dos mundos imaginados por eles.
O ambiente é essencial para facilitar a compreensão e a imaginação do seu seguidor, por isso não se esqueça de responder “onde” e “quando” ao criar um storytelling.
3. Protagonista
Toda história precisa de um herói, e aqui entra o protagonista. Este é o personagem principal, aquele que conduz a história e com quem o público vai se identificar.
O protagonista é quem enfrenta os desafios, cresce ao longo da trama e é geralmente o ponto focal de toda a narrativa.
4. Antagonista
Se há um herói, geralmente há também um vilão – o antagonista. Este é o personagem ou força que se opõe ao protagonista, criando conflito e tensão.
O antagonista não precisa ser uma pessoa; pode ser uma situação, um sistema, ou até uma parte interna do próprio protagonista, como um medo ou dúvida.
O papel do antagonista é desafiar o protagonista, empurrando-o para fora de sua zona de conforto e criando os obstáculos que precisam ser superados.
5. Mentor
O mentor é aquele personagem que ajuda o protagonista a superar desafios e o prepara para enfrentar o que está por vir. Ele é como o treinador que conhece os segredos da luta do protagonista e está ali para garantir que ele siga em frente.
Pense em Gandalf em “O Senhor dos Anéis”. Ele é o exemplo clássico de um mentor que ilumina o caminho, faz perguntas e fornece o incentivo para que o protagonista evolua e conquiste seus objetivos.
6. Ponto de virada
E o que seria de uma história sem um bom ponto de virada? Este é o momento em que algo inesperado acontece, mudando completamente o rumo da trama. O ponto de virada desafia as expectativas do público e renova o interesse na história.
Ele pode ocorrer a qualquer momento, mas geralmente aparece em momentos cruciais para manter a narrativa dinâmica e imprevisível.
7. Clímax
O clímax é o momento de tensão na narrativa, o ponto alto da história quando tudo chega ao ápice. É aqui que o protagonista enfrenta o maior desafio, e o resultado desse confronto vai determinar o rumo final da trama.
Um bom clímax é a cena que deixa o público na ponta da cadeira, ansioso para ver como tudo vai se resolver.
8. Crise
Antes de chegarmos ao clímax, muitas vezes há uma crise – aquele momento em que tudo parece estar perdido. A crise é o ponto mais baixo para o protagonista, quando as dificuldades atingem seu auge e a solução parece impossível.
É nesse momento que o público se conecta profundamente com a história, torcendo para que o protagonista encontre uma saída. A crise é uma chave para criar empatia e para intensificar o impacto emocional da narrativa.
9. Resolução
Depois de toda a tensão e drama, chega a resolução, quando as pontas soltas da história são amarradas. A resolução é um fechamento para os conflitos apresentados na narrativa.
Aqui, vemos as consequências das ações dos personagens e como a mensagem central da história se manifesta. A resolução pode ser feliz, triste ou até ambígua, mas é essencial para dar ao público uma sensação de conclusão.
Como os elementos do storytelling funcionam para as redes sociais?
Cada elemento da narrativa tem um papel na construção de uma história. Mas, quando falamos de redes sociais, o jogo muda um pouco.
Vídeos curtos e postagens rápidas muitas vezes não têm espaço para explorar todos os elementos clássicos: mensagem, cenário, protagonista, antagonista etc. Para as redes sociais, a magia está em saber como usar alguns desses componentes.
A ideia é capturar a essência da sua mensagem e transmitir uma história impactante de maneira rápida e envolvente.
No exemplo da colaboração da mLabs com a @plugcitarios no Instagram, vemos como os elementos da narrativa são usados de forma seletiva e inteligente:
- a mensagem principal é a solução que a mLabs oferece para os desafios de social media;
- o protagonista é a pessoa que está enfrentando os problemas;
- o mentor é quem oferece a solução;
- a resolução ocorre quando a plataforma mLabs é apresentada como a resposta para os desafios do protagonista.
O cenário e o antagonista, por exemplo, não são tão relevantes aqui. Portanto, nas redes sociais, não é necessário usar todos os elementos clássicos. Em vez disso, escolha aqueles que vão ajudar você a comunicar sua mensagem de forma rápida e impactante.
Como utilizar o storytelling nas redes sociais?
Tá legal, mas como inserir o storytelling em uma estratégia de redes sociais? Essa pergunta é extremamente comum, já que sua aplicação não é tão simples quanto parece.
Para facilitar a sua vida, vamos apresentar algumas ideias para utilização de histórias nas nossas queridinhas redes sociais.
Faça posts sequenciais
Nós sabemos que todos os posts são sequenciais. Mas, para aplicar storytelling nas redes sociais, é preciso que dialoguem entre si. Vamos supor que você queira contar a história sobre como uma empresa foi criada.
Que tal ir destrinchando-a aos poucos por meio de alguns posts em vez de jogar um texto enorme na timeline do usuário? O mesmo vale para fotos ou Stories no Instagram.
Se você dividir uma história em partes menores, consegue capturar e manter a atenção do público, gerar expectativa e aumentar o impacto da sua mensagem.
Vamos pegar como exemplo a estratégia usada pelo iFood no Instagram em parceria com a CazeTV. Eles criaram uma sequência de vídeos curtos para mostrar a ida de personalidades brasileiras à França para cobrir as Olimpíadas em Paris.
Em cada vídeo, há sempre uma mensagem sutil, mas poderosa: como as comidas chegam facilmente aos lugares, mesmo do outro lado do mundo.
Entre os vídeos mais cativantes da sequência, estão aqueles que mostram o comediante Diogo Defante convidando os franceses a experimentar comidas brasileiras.
A cada novo vídeo, o público é relembrado do serviço do iFood, o que ajuda a fixar a marca na mente das pessoas de forma muito mais impactante do que um único post longo poderia fazer.
Então, na próxima vez que tiver uma história para contar nas redes sociais, considere dividi-la em uma série de posts.
Crie apresentações
Imagens são ferramentas incríveis para contar histórias, e quando organizadas em uma apresentação, elas podem criar um engajamento muito maior.
A grande sacada desse formato é que ele coloca o controle nas mãos do usuário. Ao clicar para avançar ou retroceder nas imagens, o público se envolve ativamente com a narrativa, acompanhando a história no ritmo que preferir.
Um exemplo bacana é da influenciadora Karol Pinheiro. Ela usou um álbum de fotos para narrar um sábado comum, mas com um toque especial: inseriu produtos para cabelo que estava promovendo ao longo do dia.
Dessa forma, ela integrou a publicidade de forma natural na sua rotina, gerando valor e atraindo seu público-alvo sem parecer forçada. Destaque para a descrição do post:
Álbum do sábado de trás pra frente:
1- Escolhendo qual linha de @meuliso vai estar na mala do primeiro encontrinho @salonlinebrasil do ano!
2- Fazendo milagre pra levar embora minha cadeira nova de escritório (é rosa!).
3- Massinha pro Manu.
4- Tem um cara que vai começar na natação e precisava de alguns apetrechos…
5- Almoço delícia em família no @desegunda.restaurante.
6- Eu ouvi look do dia?
Conte histórias de colaboradores e fãs
Você provavelmente já sabe que vivemos em uma era na qual os ideais da empresa contam muito.
Sendo assim, vale a pena mostrar aos seguidores quem são as pessoas que participam do cotidiano de um negócio. Seus rostos, backgrounds, a trajetória que percorreram para chegar até ali.
E por que não estender isso aos consumidores? Estimule-os a mostrar como as suas experiências com a marca foram benéficas e de que forma a empresa faz parte de suas vidas.
Um ótimo exemplo está no perfil do Grupo Card no Instagram. A empresa de maquininha de cartão tem uma brand persona composta por pequenos comerciantes e decidiu elaborar um pequeno comercial contando a história real de um dos seus parceiros.
A história do jornaleiro Sandro ajuda a criar uma identificação direta com outros empreendedores que podem querer ser um parceiro da Card. Por isso, o comercial acerta em cheio!
Lembre-se: você está falando com pessoas. Para gerar empatia, é preciso agir como gente.
Portanto, na hora de usar storytelling nas redes sociais, o mais importante é focar em construir uma base de consumidores que se identificam com a marca.
Essa é a verdadeira força do storytelling: transformar consumidores em defensores da marca, não porque o produto é apenas “legal”, mas porque ele representa algo que realmente importa.
Ainda não saber como integrar influenciadores digitais às suas estratégias de marketing nas redes sociais? Baixe o guia gratuito da mLabs sobre o assunto e aprenda já!