Os números confirmam que o sucesso no YouTube não vem da noite para o dia. Você precisa em média de 254 dias para ter um canal com 1.000 inscritos após cerca de 36 vídeos publicados, segundo estudo da Is This Channel Monetized (2024).
Muitos criadores de conteúdo, sentindo que o crescimento orgânico pode ser lento, decidem comprar inscritos no Youtube na esperança de alcançar mais views, mas será que dá certo?
Uma busca no Google revela dezenas de plataformas prometendo resultados instantâneos por valores acessíveis, com pacotes que vão de centenas a milhares de inscritos. Porém, não são todos que sabem o impacto disso em um canal e o que diz o próprio Youtube.
Continue para entender quanto custa comprar inscritos no Youtube, os riscos dessa prática e quais são as alternativas para crescer de forma orgânica!
Como funciona a compra de inscritos no YouTube?
A compra de inscritos é o pagamento por um serviço que adiciona assinantes ao seu canal no Youtube, geralmente via:
- Contas bots, que são perfis automatizados criados em massa para se inscrever;
- Contas incentivadas ou agrupadas, que são usuários reais que recebem algum tipo de recompensa (entrada em sorteio, troca de inscritos, etc.) para seguir canais.
As operações são oferecidas por empresas ou vendedores informais (muitas vezes, através de sites ou no Brasil por R$ 15–R$ 300 por pacotes de centenas a milhares de inscritos).
Como esses serviços funcionam na prática:
- O vendedor de inscritos escala contas (seja bots criados em massa ou pilhas de contas reais gerenciadas);
- Você escolhe um pacote (exemplo: 500 ou 1.000 inscritos);
- Faz o pagamento e envia o link do canal;
- As contas se inscrevem rapidamente, muitas vezes em poucas horas ou dias;
- O número de inscritos sobe, mas a maioria não interage com o conteúdo.
O algoritmo do YouTube prioriza vídeos com alto envolvimento, então os canais com muitos inscritos comprados tendem a ter o alcance prejudicado. A plataforma detecta a discrepância entre o número de seguidores e o baixo desempenho dos vídeos.
O que o YouTube diz sobre a compra de inscritos?
Na plataforma de suporte do Google, as normas sobre o Youtube afirmam que a prática de compra de inscritos viola é considerada uma forma de “tráfego inválido”.
Qualquer tentativa de inflar números por serviços pagos, que oferecem inscritos, visualizações, curtidas ou comentários não autênticos, contraria os Termos de Serviço que todo usuário aceita ao criar uma conta.
Segundo a definição do próprio YouTube, tráfego inválido é toda atividade que não venha de um usuário real ou de alguém com interesse genuíno no conteúdo.
É um tipo de prática que pode incluir ações fraudulentas, automatizadas ou até não intencionais que distorcem as métricas do canal. Confira o texto da plataforma:

O YouTube analisa com frequência o tráfego de cada vídeo para identificar se ele é válido ou não, independentemente de como foi gerado. A análise é feita para proteger todo o ecossistema: criadores, anunciantes e o próprio público.
Quando detectado, o tráfego inválido pode resultar na remoção de inscritos e visualizações, na perda de acesso à monetização e, em casos recorrentes, até na exclusão do canal.
Quais são todos os riscos de comprar inscritos?
Pode parecer um atalho para alcançar estatísticas impressionantes, mas o resultado da compra de inscritos no Youtube pode ser contrário ao esperado: queda no alcance, perda de confiança e possíveis penalidades pela plataforma.
1. Violação dos Termos de Serviço e penalidades
O YouTube proíbe o uso de engajamento artificial e classifica essa prática como “tráfego inválido”. Se identifica essa ação, a plataforma pode remover os inscritos e até aplicar advertências, strikes e, em casos graves, suspender ou encerrar o canal.
2. Perda de inscritos falsos
O YouTube costuma remover contas falsas por meio de auditorias automáticas. A perda de audiência faz com que o canal perca os inscritos comprados, deixando evidente o crescimento artificial e prejudicando a credibilidade.
3. Baixo engajamento
Inscritos falsos não assistem aos vídeos, não curtem e não comentam. O baixo engajamento reduz o índice de retenção, sinal que o algoritmo usa para promover o conteúdo. Com isso, o canal sofre queda de alcance, mesmo para inscritos reais.
4. Danos na reputação
Marcas e espectadores podem perceber discrepâncias como milhares de inscritos e poucas visualizações. Além disso, se criadores descobrirem a prática, há risco de boicote ou perda de parcerias.
5. Prejuízo financeiro
Além de pagar pelos serviços, o utilizador pode ver seu canal penalizado. É possível perder acesso à monetização (como o AdSense) e gastar com estratégias que oferecem retorno muito limitado.
6. Risco de golpe ou exposição a scammers
Muitos serviços que vendem inscritos falsos são fraudulentos: cobram indevidamente, não entregam o prometido ou capturam dados do canal, expondo o usuário a fraudes .
Por que o número de inscritos não garante sucesso no canal?
Alcançar alto desempenho em visualizações orgânicas, retenção de público e geração de receita não depende apenas do total de inscritos no canal do Youtube.
Um estudo da Backlinko (2020) analisou 1,3 milhão de vídeos e descobriu que, embora exista uma correlação moderada entre número de inscritos e posicionamento nos rankings, esse efeito é baixo: canais pequenos ainda alcançam as primeiras posições com conteúdo relevante.
O fator determinante para o crescimento orgânico no YouTube é medido por indicadores como taxa de cliques (CTR), retenção de público, tempo médio de exibição, engajamento por sessão e nível de recorrência dos espectadores.
O número de inscritos, embora seja um sinal visível de autoridade social, não é o fator central para o algoritmo recomendar um vídeo. O sistema de distribuição de conteúdo do YouTube é orientado por comportamento: ele observa como os usuários reagem ao conteúdo, e não quantos estão inscritos no canal.
Então, os canais com milhões de inscritos, mas com baixa taxa de cliques ou baixa retenção, podem ter vídeos com alcance menor do que canais menores que apresentam uma audiência mais engajada.
Então, o que fazer para crescer no YouTube?
Existem alternativas legítimas se você quiser construir uma audiência real no Youtube, sem colocar seu canal em risco.
1. SEO para YouTube
A base para o crescimento orgânico começa por fazer com que seus vídeos sejam encontrados tanto nas pesquisas da própria plataforma quanto no Google.
Aplique essas ações agora para melhorar o SEO do seu canal:
- Pesquise palavras-chave de cauda longa antes de gravar, usando ferramentas como o próprio campo de busca do YouTube ou o Google Trends;
- Inclua a palavra-chave principal no início do título, mantendo-o com menos de 60 caracteres para não ser cortado na exibição;
- Use uma descrição com pelo menos 250 palavras, repetindo a palavra-chave naturalmente e adicionando links relevantes (playlist, canal e redes sociais);
- Adicione tags que reforcem o contexto do vídeo, mesmo que tenham menor impacto;
- Crie thumbnails que gerem curiosidade, pois uma boa imagem aumenta o CTR.
A ideia com essas estratégias de SEO é aumentar a chance de o vídeo ser exibido nas pesquisas e se destacar entre os resultados sugeridos.
2. Melhoria da retenção de audiência
A retenção de audiência é um fator analisado pelo algoritmo do YouTube para decidir se um vídeo será recomendado. Quando as pessoas assistem por mais tempo e permanecem atentas ao conteúdo, o sistema entende que o vídeo oferece valor.
Use essas medidas se quiser melhorar a retenção dos seus vídeos:
- Crie uma introdução que gere expectativa, usando promessas do que será entregue até o final;
- Evite enrolação nos primeiros segundos, indo direto ao ponto;
- Use cortes e edições que quebrem a monotonia, como mudanças de plano, zooms e gráficos de apoio;
- Insira “loops abertos” ao longo do vídeo, prometendo explicações ou revelações que serão mostradas nos minutos finais;
- Finalize com chamadas que direcionem para outro vídeo do canal.
3. Estratégias de distribuição multicanal
O crescimento no YouTube não depende apenas da plataforma. Se você distribui seus vídeos em redes sociais, e-mail ou blogs, atrai um público qualificado e reforça os sinais externos de autoridade.
O tráfego de fora do YouTube pode melhorar o desempenho inicial do vídeo, aumentando visualizações e engajamento nas primeiras horas de publicação.
Implemente essas ações para ampliar a distribuição do seu conteúdo:
- Compartilhe vídeos em grupos de nicho no Facebook, Reddit ou Telegram, respeitando as regras de cada comunidade;
Crie teasers curtos para o Instagram e o TikTok, direcionando o público para o vídeo completo no YouTube; - Inclua seus vídeos em artigos de blog ou landing pages, para gerar tráfego de busca orgânica com contexto;
- Envie o link dos vídeos por e-mail para uma lista segmentada, com uma descrição curta e um título atrativo;
- Faça parcerias com páginas que tenham audiência complementar, propondo trocas de divulgação ou co-publicações.
4. Consistência editorial e frequência de publicação
Canais que mantêm uma frequência previsível (como dois vídeos por semana) e seguem uma linha editorial ajudam o algoritmo a entender a quem os vídeos devem ser recomendados.
Aplique estas ações para estruturar sua consistência editorial:
- Defina uma linha editorial com temas e formatos (como tutoriais, vlogs ou análises);
- Estabeleça um calendário de publicação e avise o público sobre os dias e horários dos vídeos;
- Use playlists temáticas para organizar os vídeos por assunto;
- Evite mudanças de estilo que possam confundir o público ou atrapalhar o algoritmo;
- Mantenha um ritmo de produção com foco no valor entregue em cada vídeo.
5. Engajamento qualificado com a comunidade
O YouTube mede a atividade inicial de um vídeo como parte do desempenho em tempo real. Quanto mais curtidas, comentários e compartilhamentos em pouco tempo, maior a probabilidade de o conteúdo ser promovido por meio da aba “Em Alta” ou pelos mecanismos de recomendação automática.
Veja como aumentar o engajamento qualificado:
- Responda aos comentários com frequência;
- Incentive perguntas ou opiniões nos vídeos, como “o que você acha disso?” ou “já passou por algo parecido?”;
- Utilize o recurso de comunidade do canal para criar enquetes, publicar atualizações e gerar expectativa para novos vídeos;
- Destaque comentários de valor nos próximos vídeos;
- Inclua CTAs durante o vídeo pedindo curtidas ou inscrição.
6. Colabs com criadores do mesmo nicho
Colaborações com outros canais que compartilham o mesmo público-alvo aumentam o grau de afinidade comportamental entre as audiências.
O algoritmo reconhece esse tipo de interação como sinal positivo quando usuários migram de um canal para outro com boa retenção.
Coloque em prática essas ações para fazer boas colabs:
- Identifique criadores com temas próximos e audiência complementar, mesmo que tenham tamanho similar ao seu canal;
- Proponha formatos colaborativos claros, como desafios, bate-papos, vídeos-resposta ou gravações conjuntas;
- Combine antecipadamente a divulgação mútua, para que ambos os canais se beneficiem da audiência do outro;
- Planeje vídeos com bom roteiro para manter a coesão do conteúdo;
- Marque o canal parceiro nas descrições e telas finais.
7. Uso de dados analíticos
O YouTube Studio fornece relatórios com métricas sobre desempenho de vídeos, tempo de exibição, funil de retenção, CTR e comportamento da audiência. Você pode usar esses dados para fazer testes A/B, ajustar títulos e otimizar as miniaturas.
Algumas recomendações para extrair valor dos dados analíticos:
- Monitore o gráfico de retenção dos vídeos, identificando os pontos em que o público abandona ou se engaja mais.
- Acompanhe o CTR das miniaturas e títulos, com testes A/B sempre que possível;
- Analise as fontes de tráfego (externo, sugerido e pesquisa) para entender de onde vem seu público real.
- Use a aba “público” para observar hábitos de exibição e horários de maior atividade;
- Experimente novos formatos com base nos vídeos de melhor desempenho.
Agora que você entendeu como funciona a compra de inscritos no YouTube, fica claro uma coisa: apostar no crescimento orgânico continua sendo o caminho mais seguro para o seu canal (e valorizado pela própria plataforma).
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