Muitos perfis perdem relevância porque apenas publicam conteúdos, sem pensar no que realmente mantém o público envolvido.
📊 Com 90% do conteúdo online previsto para ser gerado por IA em 2026 – pela maior facilidade de uso e de possibilidades de entrega a menor custo para as empresas, crescem as preocupações sobre autenticidade e regulação.
Nesta edição, vamos nos aprofundar em uma das principais tendências nas mídias sociais, já apontada pelos dados.
De volta às origens?
Redes sociais são sociais, são sobre conversas e comunidades.
O termo “unshittification” das mídias sociais é uma expressão criada como uma espécie de contra-movimento ao conceito de “enshittification”, cunhado pelo autor Cory Doctorow.
Enshittification descreve o processo pelo qual plataformas digitais (como redes sociais, marketplaces, apps etc.) vão ficando “pioradas” com o tempo:
🔹Primeiro, elas são muito boas para atrair usuários.
🔹Depois, passam a favorecer os anunciantes e exploram os usuários.
🔹Por fim, extraem valor ao máximo dos dois lados até ficarem insustentáveis, perdendo relevância.
O movimento de “unshittification” seria o movimento inverso: o esforço para despoluir, melhorar e devolver qualidade às experiências nas mídias sociais. Isso envolve:
✅ Mais autenticidade e espaço para conteúdos reais.
✅ Menos saturação de anúncios: redução de excesso de publicidade invasiva.
✅ Valorização das comunidades: criar ambientes menores, com interações mais significativas.
✅ Controle para o usuário: dar às pessoas mais autonomia sobre o que veem e com quem interagem.
✅ Conteúdo útil, relevante e confiável, em vez de cliques fáceis e virais rasos.pan
A fadiga da panfletagem digital
A audiência está saturada de conteúdo genérico, raso e que só empurra ofertas.
💡Para ser relevante, as marcas devem abandonar a “panfletagem digital” e priorizar a Endemicidade, ou seja, pertencer verdadeiramente a um território cultural, comportamental ou temático, e não apenas aparecer nele.
No ambiente digital, isso significa que a marca deixa de ser um corpo estranho tentando vender algo e passa a fazer parte natural das conversas, referências e códigos culturais de um determinado espaço.
Na prática, o foco deve ser a busca por:
📍Legitimidade de marca: não basta aparecer; é preciso pertencer.
A legitimidade é o ponto de partida da endemicidade.
Não se conquista pertencimento apenas com frequência de postagens ou alto investimento em mídia, mas com coerência entre discurso, prática e percepção.
📍Territórios endêmicos: o objetivo é que a marca seja vista e pareça como nativa.
Territórios endêmicos são espaços culturais, comunidades e nichos onde a marca consegue se integrar de forma natural.
É onde ela atua como parte do ecossistema, não como um invasor tentando vender algo.
Uma marca endêmica:
- Usa a linguagem, os formatos e os símbolos próprios da comunidade.
- Cria conteúdos que dialogam com o contexto local da plataforma (por exemplo, tendências, sons e memes do TikTok, formatos conversacionais no Instagram, etc.).
- Entende que o valor está em se infiltrar na cultura, não em interrompê-la.
📍Conteúdo Autêntico: o elo que transforma presença em influência.
O conteúdo é o que sustenta a legitimidade e mantém viva a presença endêmica.
Um conteúdo autêntico:
✅ Gera conversas reais em vez de comentários genéricos.
✅ Educa e agrega valor, reforçando o papel da marca como referência.
✅ Valida e gera confiança, porque mostra que há pessoas e valores por trás da marca.
Isso alimenta o pertencimento e mantém a marca viva dentro do seu território.
Em resumo: a legitimidade abre as portas, os territórios endêmicos acolhem a presença, e o conteúdo autêntico sustenta o vínculo.
Quando você adota uma linguagem autêntica, cria conteúdo que reflete dores e desejos reais e distribui com consistência e lógica, seu perfil deixa de ser vitrine e se torna referência.
A era da autenticidade
A autenticidade reside naquilo que a IA (ainda) não consegue replicar: a alma, a experiência e a conexão.
A sede pelo conteúdo autêntico e o movimento de “unshittification” marcam o retorno à simplicidade, originalidade, humanidade e conexões significativas.


Nesse cenário, 5 insights práticos para auxiliar as marcas e a criação de conteúdo são:
1. Valorize sua história e experiência
Saber do que está falando será um diferencial cada vez maior.
Busque equilibrar mensagens que sinalizem herança e conhecimento, com as conversas do momento.
2. Invista em liderança de pensamento
Mostre que a sua audiência pode confiar em você.
Isso passa por ser referência em conteúdo e conhecimento, para além de qualidade no produto.
3. Inspire confiança através de pessoas
Pessoas se conectam com pessoas.
Mostre os donos, líderes, coladores e clientes. Isso aumenta a conexão e credibilidade da marca.
4. Entretenha e informe
Use a técnica do infotenimento para se manter relevante dentro do indicador universal que é a retenção.
5. Identifique as microcomunidades
Quais são as microcomunidades em torno dos interesses do seu cliente? Comece a pensar no conteúdo pela ótica do interesse do seu cliente e não pela intenção de compra.
Faz sentido para você?
![KISO INSIGHTS 86 [Kiso Insights] Unshittification: a busca por autenticidade nas mídias sociais](https://mlabs-wordpress-site.s3.amazonaws.com/wp-content/uploads/2025/11/CAPAS-BLOG-KISO-INSIGHTS-1.png)



