Marcas e agências investiram pesado em rostos humanos (gente de carne e osso) para influenciar comportamentos de consumo e ditar tendências. E funcionou!
Influenciadores humanos ajudaram a transformar as redes sociais, mas agora um novo tipo de estrela está ganhando os holofotes: uma que não sente fome e não tem CPF.
Os influenciadores virtuais estão conquistando fãs, fazem publis, aparecem em eventos e se comportam como se fossem reais.
Quer entender como as marcas podem surfar essa onda digital com muito mais controle, criatividade e resultados? Então vem com a gente!
O que é um influenciador virtual?
Influenciadores virtuais são personagens digitais criados por computador que simulam pessoas reais nas redes sociais, com aparência, comportamento e personalidade próprios.
Em outras palavras, são perfis gerenciados como se fossem celebridades, mas não têm existência física. Alguns são claramente fictícios, como criaturas futuristas, enquanto outros são tão realistas que muitas vezes é difícil perceber que não são humanos.
Os influenciadores virtuais surgiram como uma alternativa para campanhas publicitárias e ganharam espaço pela possibilidade de total controle sobre sua imagem.
O que faz um influenciador virtual?
Criados por meio de modelagem 3D, IA e animação, os influenciadores virtuais podem ser porta-vozes de marcas, estrelar campanhas publicitárias, dar entrevistas, e até “participar” de eventos, tudo com uma liberdade que nenhum ser humano consegue oferecer.
Confira algumas ações comuns desse novo tipo de personalidade digital:
- Promover marcas por meio de publiposts, vídeos e campanhas patrocinadas;
- Participar de colaborações com influenciadores humanos em conteúdos conjuntos;
- Aparecer em eventos físicos ou digitais;
- Interagir com o público em comentários, stories e postagens;
- Adotar diferentes estilos visuais conforme a estratégia da marca;
- Falar diferentes idiomas para alcançar públicos variados;
- Simular rotinas pessoais para gerar identificação com seguidores;
- Incorporar valores e posicionamentos definidos pela equipe criativa;
- Ajustar sua imagem com total liberdade criativa, sem limitações físicas.
Com isso, influenciadores virtuais se tornam uma ferramenta para marcas que buscam inovação, consistência e impacto em sua presença digital.
Quais são os tipos de influenciadores virtuais?
Alguns parecem gente como a gente, outros são mascotes animados e há até aqueles que representam diretamente marcas ou misturam inteligência artificial com comando humano.
Abaixo, você confere os principais tipos de influenciadores virtuais e como cada um se posiciona no universo digital:
Fundadores
São avatares criados para representar oficialmente uma marca ou uma figura real. Funcionam como porta-vozes digitais que transmitem os valores e a identidade da empresa.
Um exemplo popular é a Lu, da Magalu. Ela interage com o público, participa de campanhas e já virou um verdadeiro símbolo da varejista brasileira.

Humanizados
Têm aparência realista e vivem como se fossem pessoas comuns. Postam sobre relacionamentos, moda e temas sociais para criar conexões emocionais com os seguidores.
A Lil Miquela, por exemplo, é uma jovem digital que mora em Los Angeles e vive uma rotina muito parecida com a de qualquer influenciador humano, com direito a publis, dramas e lifestyle.

Mascotes
Mais caricatos e divertidos, esses personagens têm apelo visual e humorístico. Os mascotes são coloridos, exagerados e muitas vezes não têm forma humana.
Um influenciador mascote é o Nobody Sausage, uma salsicha animada que virou sensação no TikTok com suas danças e expressões exageradas. Esses influenciadores são ótimos para marcas que buscam leveza e alcance viral.

Híbridos
Misturam o controle humano com inteligência artificial. Parte do conteúdo pode ser gerado automaticamente, e outras ações são roteirizadas ou executadas por uma equipe real.
Um caso é o do FN Meka, um avatar rapper que combina algoritmos com decisões humanas para produzir músicas, visuais e interações com os fãs.

Como são criados os influenciadores virtuais?
Atualmente, existem três modos comuns de criação e operação desses avatares digitais:
Modelagem 3D (CGI – Computer-Generated Imagery)
É o método tradicional. A partir de softwares gráficos, artistas digitais criam o avatar do zero, modelando cada parte do corpo, do rosto e dos movimentos com base em técnicas de computação gráfica.
Depois, os personagens podem ser animados manualmente ou com captura de movimentos humanos, ganhando realismo nas expressões faciais e corporais. Essa técnica permite liberdade total de criação, ideal para construir personalidades únicas, como a Lil Miquela.
Deepfake
Deepfake é uma técnica baseada em redes neurais generativas capaz de substituir ou simular rostos humanos em vídeos e imagens.
O processo utiliza um conjunto de dados com milhares de imagens do rosto-alvo, que são processadas por algoritmos para mapear pontos de referência faciais, expressões e padrões de iluminação.
Em seguida, o modelo aplica essas informações sobre um vídeo original, criando a ilusão de que a pessoa simulada está de fato falando ou se movimentando.
Influenciadores criados com deepfake costumam ter por trás uma equipe de pessoas reais, que emprestam a voz ou fazem os movimentos que depois serão substituídos por animações. É um formato que gera polêmica, mas também muito realismo.
IA generativa
Nesse caso, a inteligência artificial assume parte da criação ou gestão do influenciador. Algoritmos de IA são usados para gerar falas, roteiros, imagens e até decisões sobre o que postar.
O avatar pode ser controlado parcialmente por humanos, mas muito do conteúdo nasce a partir de comandos e aprendizados da IA.
Um exemplo é o FN Meka, cuja identidade visual foi criada por CGI, mas cujas letras de músicas e interações foram elaboradas com a ajuda de uma IA generativa. É um modelo que abre margem para alta escalabilidade e respostas rápidas ao público.
Quais são os custos e a complexidade de produção?
O investimento necessário varia e depende diretamente da tecnologia usada na produção e do nível de realismo e consistência desejados. De forma geral, quanto mais complexo e humano o influenciador parecer, maior será o custo (tanto financeiro quanto técnico).
- Um influenciador feito com modelagem 3D profissional e animação por captura de movimento, por exemplo, pode custar facilmente entre R$ 50 mil e R$ 200 mil só na fase inicial de criação. Isso inclui design do personagem, rigging (estrutura de movimentos), criação de expressões faciais e animações base;
- Influenciadores criados com ferramentas de IA generativa como Google Veo3 ou plataformas de vídeo com voz sintética podem ter um custo inicial menor, quando se usa avatares prontos e modelos pré-definidos. Mas há um desafio importante: manter a consistência visual e narrativa ao longo do tempo.
Ferramentas como o Veo3 geram vídeos de alta qualidade a partir de prompts textuais. No entanto, cada prompt gera um novo vídeo com variações visuais que podem comprometer a identidade visual do personagem.
A posição do cabelo, o tom da pele, a roupa ou até o olhar podem mudar de um vídeo para o outro, exigindo ajustes, reedições ou processos de seleção para manter uma coerência.
Plataformas de geração de vídeo, imagem ou voz por IA cobram mensalidades que podem variar de R$ 90 a mais de R$ 2.000, dependendo da qualidade dos outputs e da quantidade de créditos gerados por mês. Isso sem contar serviços complementares como bancos de voz, trilhas sonoras, edição de áudio e pós-produção.
Como as marcas podem se aproveitar dos influenciadores virtuais?
Eles não atrasam. Não pedem reajuste.Topam qualquer briefing. Os influenciadores virtuais são o sonho (quase) perfeito das marcas!
Mas como exatamente aproveitar todo esse potencial? Na lista abaixo, veja as formas mais inteligentes de colocar esses avatares para trabalhar a favor do seu negócio.
Contratando um
Os influenciadores virtuais já consolidados no mercado, como Lil Miquela, Imma ou Nobody Sausage, são operados por estúdios ou agências. As marcas podem contratá-los para campanhas pontuais ou recorrentes.
Como funciona:
- A marca entra em contato com a agência ou produtora responsável pelo avatar;
- Define-se o escopo da campanha (publicação, vídeo, evento virtual, reels, etc.);
- A equipe do influenciador produz o conteúdo, seguindo as diretrizes da marca;
- O conteúdo é entregue já renderizado e revisado, pronto para publicação.
Vantagens:
- Alta qualidade visual e narrativa já estabelecida;
- Rapidez na entrega, sem problemas de agenda ou deslocamento;
- Público já consolidado, com taxas de engajamento superiores à média humana.
Limitações:
- Menor controle criativo sobre a personalidade do avatar;
- Dependência de aprovação da equipe que gerencia o influenciador;
- Custo por ação ou campanha pode ser elevado para avatares com milhões de seguidores.
Criando o próprio
Outra estratégia é o desenvolvimento de um influenciador proprietário, exclusivo da marca. Nesse caso, a empresa atua como dona da identidade visual e da narrativa do avatar, o que amplia o valor de marca e permite uma relação de longo prazo com o público.
Entre as principais vantagens estão:
- Total customização de aparência, linguagem e valores;
- Possibilidade de integração com múltiplas campanhas e canais;
- Controle completo sobre cronograma e reputação.
Mas também existem desafios técnicos e operacionais:
- Custo de produção inicial, envolvendo design, modelagem 3D, IA e voice synthesis;
- Dificuldade em manter consistência estética e narrativa entre diferentes outputs gerados por ferramentas como Google Veo3 ou IA generativas;
- Custo recorrente com manutenção de software, servidores, edição de conteúdo e acompanhamento de tendências.
Empresas como a Magalu (com a Lu), a KFC (com o Coronel Sanders digital) e a Renault (com a Liv, avatar de relacionamento com o cliente) são cases bem-sucedidos.
Usando mascotes ou personagens próprios
Marcas que já possuem personagens icônicos, como mascotes, ícones de produto ou protagonistas de campanhas passadas, podem transformá-los em influenciadores virtuais e dar nova vida à comunicação digital.
Como fazer essa transição:
- Atualizar o design do personagem com modelagem 3D ou ilustração animada;
- Criar uma identidade de voz e linguagem digital (com ou sem IA);
- Produzir conteúdo regular para redes sociais, reels, vídeos curtos e interações;
- Associar o personagem a temas e campanhas relevantes, como faria um influenciador humano.
Vantagens:
- Menor custo de construção de identidade (já reconhecida pelo público);
- Forte vínculo emocional e recall publicitário;
- Maior facilidade de ativação em canais diversos.
Cuidados técnicos:
- Garantir que o personagem seja atualizado visualmente para formatos contemporâneos;
- Manter coerência entre as versões animada e digital em diferentes canais;
- Evitar sobreposição com outras figuras da marca que possam causar confusão de identidade.
Por que investir em influenciadores virtuais?
Em muitos casos, investir em influenciadores virtuais pode representar uma oportunidade com menores custos e maior controle em comparação ao marketing com influenciadores humanos. Confira todas as vantagens:
Maior engajamento digital
Estudos (WTW, 2024) mostram que campanhas com influenciadores virtuais têm taxa média de engajamento de 5,9%, quase três vezes maior que os resultados em campanhas com humanos (~1,9%).
Seguidores respondem mais favoravelmente a conteúdos patrocinados quando veem um avatar digital como criador da peça publicitária.
Eficiência financeira e redução de custos
Não há necessidade de logística, deslocamento, hospedagem ou patrocinadores pessoais, o que diminui significativamente os custos operacionais.
Ao longo do tempo, o custo por post cai devido à possibilidade de reutilização de conteúdo e automação. Por exemplo, um influenciador humano pode custar centenas de milhares por post, enquanto um avatar criado pela própria empresa tem custo zero.
Escalabilidade e flexibilidade operacional
Avatares digitais operam 24/7, sem limites geográficos ou de fusos horários, permitindo postagens contínuas sem exaustão humana.
Eles são altamente configuráveis: é possível alterá-los visualmente, mudá-los de idioma ou local instantaneamente, oferecendo total controle criativo à marca.
Controle de marca e reputação
A marca tem controle total sobre roteiro, comportamento e imagem do avatar, eliminando riscos de imprevistos típicos do comportamento humano.
A inexistência física do influenciador virtual reduz o risco de escândalos pessoais ou controvérsias públicas que possam prejudicar a reputação da empresa.
Alcance global e adaptabilidade cultural
Avatares podem ser adaptados para diferentes mercados rapidamente, respondendo e publicando em múltiplos idiomas e estilos culturais.
A customização desses personagens pode incluir narrativas locais (exemplo: Kyra, virtual influencer na Índia) para ampliar a relevância regional sem recriar todo o personagem
Influenciadores virtuais: tendência ou futuro definitivo?
De início, os influenciadores virtuais pareciam um experimento que talvez servisse para campanhas futuristas, mas, à medida que a inteligência artificial generativa se integrou aos fluxos de produção de conteúdo, esses avatares deixaram de ser exceção.
Com o avanço da inteligência artificial generativa e o surgimento da chamada creator economy 2.0, esses avatares digitais são parte estruturante de uma nova arquitetura de produção de conteúdo.
Startups como a AvatarOS já receberam aportes milionários para escalar a criação de influenciadores digitais hiper-realistas, capazes de falar, gesticular e se conectar com o público como se fossem pessoas reais.
O mercado global de influenciadores virtuais está avaliado em aproximadamente US$ 4,6 bilhões, com projeção de crescimento anual de 26% até 2025 (Influencer Hero, 2025).
TikTok, Meta e Google já desenvolvem tecnologias para facilitar a criação e operação de avatares por IA. O TikTok, por exemplo, lançou o Symphony, um pacote de ferramentas que permite gerar vídeos publicitários com avatares digitais baseados em prompts.
A Meta, por sua vez, anunciou que pretende transformar os avatares gerados por IA em novos “perfis sociais” para os usuários interagirem em seus aplicativos. É uma movimentação que mostra que as big techs estão moldando esse novo ecossistema.
E mesmo que nunca venham a substituir os criadores humanos, os influenciadores virtuais já ocupam uma posição definitiva na forma como as marcas constroem presença e o público se relaciona com o que vê na tela.
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