Se você é antenado com o mundo digital, certamente tem ouvido falar sobre a rede social ~diferentona~ que “surgiu” em 2021: o Clubhouse.
Siiim… Mais um APP na praça pra consumir o espaço do seu celular, suas horas livres e, claro, ganhar um pouquinho da sua dedicação no planejamento de mais um canal digital de comunicação da marca. 🤯
O que é o Clubhouse e como o app de áudio chat ganhou notoriedade
Clubhouse é um aplicativo de conversas por áudio que acontecem ao vivo, e a gravação delas é proibida.
Os usuários, podem criar salas de bate-papo sobre temas de seus interesses e receber convidados, que podem participar como ouvintes ou mesmo participantes, dependendo da autorização de moderadores.
É como estar em um grupo de WhatsApp ou Telegram e fazer uma chamada de voz com todos os participantes, entre amigos ou desconhecidos, escolhendo quem pode ou não falar.
A diferença é que você terá a possibilidade de participar de conversas com líderes do seu mercado ou grandes personalidades.
Você pode saber o que o Boninho está achando do BBB ou trocar uma ideia com o Elon Musk, um dos grandes nomes adeptos à rede e propulsor do “boom” que esta mídia teve em fevereiro de 2021. Não é incrível?
Para você entender melhor, o aplicativo foi lançado em abril de 2020, mas foi a entrada e a participação de Elon Musk, CEO da Tesla e da SpaceX, que fez o Clubhouse cair no gosto popular – ou nem tanto.
Até 1º de fevereiro de 2021, o APP tinha cerca de 3,5 milhões de downloads. Já no dia 16 de fevereiro, após a participação de Musk, este número ultrapassava os 8 milhões, mesmo disponível, até então, apenas para os applemaníacos – e crescendo…
Apesar de ter viralizado, o Clubhouse ainda está em versão beta.
Para fazer parte do seleto grupo de participantes, é preciso receber um convite.
Mas mesmo que você não tenha um amigo na rede para te convidar, já dá para especular o potencial do Clubhouse para o marketing nas mídias sociais, né?

Como funciona essa mídia social por voz
Ok, para nós que estamos acostumados a usar redes sociais de textos, vídeos e imagens, começar a usar uma mídia social por voz, mesmo com a ascensão dos Podcasts, pode soar estranho… Mas, na prática, o funcionamento é simples.
Durante o seu cadastro no Clubhouse, dois recursos serão apresentados para que você consiga receber recomendações de salas e pessoas que tem afinidade:
- encontrar amigos conectados à sua conta do Twitter ou à sua agenda telefônica, já que o aplicativo utiliza o número do seu celular para o cadastro;
- selecionar interesses por temas, que podem abranger tecnologia, política, marketing, esportes e muitos outros assuntos.
Feito isso, são apresentas sugestões de salas e pessoas para serem seguidas.
Como funcionam as salas de bate-papo por áudio no Clubhouse
Diariamente, por meio de um ícone de calendário, são disponibilizadas as salas das conversas agendadas pelos usuários que você segue ou que estão relacionadas aos temas de seu interesse.
Estas salas, que comportam até cinco mil usuários, funcionam como uma conferência.
Um pequeno grupo de convidados, visualizados no topo da página, tem o direito de fala, enquanto os demais participantes escutam.
A identificação de qual dos convidados está falando no momento é por meio de um discreto círculo em tordo do avatar (imagem do perfil) deles.
Os moderadores são responsáveis por dizer quem pode participar ativamente, seja para discursar, opinar ou mesmo fazer uma pergunta.
Por isso, mesmo que você esteja ali apenas como ouvinte, você também tem a oportunidade de participar. Para isso, você deve utilizar o recurso “levantar a mão”, que é o ícone de uma mãozinha (👋).
Contudo, a decisão sobre a sua participação no papo fica a critério do moderador. É exatamente por isso que este papel é tão importante para o sucesso das conversas.
Imagine só as possibilidades em criar diálogos sobre indústrias e posicionamentos diferentes ou até mesmo divergentes, mesmo que isso não seja previamente acordado, caso o moderador identifique entre os participantes uma oportunidade?
Pois é! Isso já aconteceu no Clubhouse, e indica ser um dos pontos fortes do canal!
Contudo, da mesma forma que conversas podem ser extremamente interessantes, elas podem também não ser.
Por isso, caso você participe de uma sala e o conteúdo não esteja te agradando, você pode utilizar o recurso “Leave Quietly” que, em tradução livre, seria um como um… “Sair à francesa”, sem ninguém perceber.
Tipos de salas no no APP de chat por voz
Qualquer usuário pode criar salas, com temas à sua escolha, e definir quem pode ter acesso a ela optando por:
- abertas (Open): qualquer pessoa que tenha uma conta pode participar;
- sociais (Social): apenas as pessoas que você segue podem entrar;
- fechadas (Closed): apenas as pessoas que você convida podem participar.
Como conseguir um @ por lá
Apesar de estar na boca dos profissionais de marketing digital e dos apaixonados pelas redes sociais, o Clubhouse ainda é um “clubinho” para poucos. Afinal, apenas é possível ingressar na rede com um convite.
Mas não pense que, ao entrar na rede social, você poderá
convidar a todos. Cada novo usuário tem direito a selecionar outros dois curiosos interessados.
Apesar da limitação, o plano é muito bom, não é mesmo?
A estratégia member get member (ou marketing de indicação) já fez muito sucesso em outras plataformas, e a necessidade de convite cria um senso de exclusividade que gera buzz!
Afinal, os privilegiados que estão lá querem logo contar para
os outros como é a plataforma e se
exibir um pouco!
Se você ainda não faz parte deste “Petit comité”, precisará entrar na fila.
Dá para se cadastrar como interessado e aguardar a liberação do Clubhouse para mais pessoas.
As dores do crescimento acelerado pelo Clubhouse
O Clubhouse vem crescendo, conquistando usuários e ganhando valor no mercado. Mas, como dizem… Todo crescimento acelerado tem o seu preço.
A primeira crise de segurança já surgiu na mídia social. Em fevereiro de 2021, o mesmo mês que a plataforma cresceu consideravelmente em número de downloads, foi noticiado um vazamento de áudios de diversas salas privadas.
Rapidamente, a empresa já teve que correr para tomar medidas e dar explicações.
Além disso, o APP é bastante questionado em relação à auditoria de conteúdo e às políticas de moderação, que não são muito claras.
Com isso, torna-se um ambiente propício para a disseminação de discursos de ódio, assédio, cyberbullying e fake news.
A empresa afirma repudiar este tipo de conduta e manter a gravação dos áudios temporariamente para apoiar qualquer necessidade de investigação.
Outro ponto é a falta de acessibilidade.
Por ser uma plataforma de áudio chat, pessoas com deficiência auditiva acabam ficando de fora, e esta é uma questão latente nas discussões – inclusive em temas de salas por lá.
E, é claro, quem cresce incomoda: assim como Twitter, Facebook e outras redes sociais ameaçadas, o Clubhouse já foi banido na China.
Criar ou não uma estratégia de comunicação para marcas no canal? Eis a questão!
Sempre que uma nova rede social surge, é bastante frequente a dúvida sobre incluí-la ou não dentre os canais de comunicação digital das marcas.
Contudo, a decisão de levar a sua marca ao Clubhouse deve levar em consideração alguns fatores, como por exemplo:
- a sua equipe tem capacidade de manter uma presença ativa e consistente na rede social, considerando os demais canais que têm para trabalhar?
- a sua marca consegue manter uma estratégia para conteúdo consistente em áudio? Não adianta chegar no APP para fazer só propaganda — é preciso entregar conteúdo de valor, com objetivos bem definidos;
- o seu público está no Clubhouse? Entenda se a sua persona é early adopter de aplicativos e se faz parte das gerações que estão em maior número por lá, como Milennials e Geração Z;
- as suas salas e os temas que pretende abordar teriam quórum? Vale lembrar que a participação na rede social depende de convite e, além disso, é preciso ter uma estratégia de divulgação multicanal para garantir uma comunidade ativa na rede.
A partir dessas questões, você já pode começar a pensar se vale a pena a marca entrar na rede social de áudio chat.
Perfis para acompanhar e aprender mais sobre marketing digital
Para quem já descolou um convite para o Clubhouse e gosta da dinâmica proposta pelo canal para aprender mais sobre marketing digital e redes sociais, acompanhar alguns nomes pode ser interessante:
- Rafael Kiso – CMO da mLabs: @rkiso;
- Martha Gabriel – PhD, professora, pesquisadora e autora de Best Sellers: @marthagabriel;
- Paula Tebett – Consultora, palestrante e âncora do Mídia News da mLabs: @paulatebett;
- Luciano Larrossa – Especialista em mídia paga: @lucianolarrossa;
- Rafaela Lotto – Sócia da YOUPIX: @rafalotto;
- Carolina Lima – Head de Social Media na RD Station: @carolinalima;
- Ana Tex – Especialista em mídias sociais, palestrante e autora: @anatex;
- Beatriz Botessi – Head de Marketing do Instagram: @biabottesi;
- Estêvão Soares – Fundador da SMXP, palestrante e consultor: @estevaosoares;
- Ramon Campos – Especialista em criação de conteúdo: @ramoncampos;
- Mark Zuckerberg – Fundador do Facebook: @zuck23;
- Pedro Alvim –Brand e Social Media Manager no Magalu: @pedroalvim;
- Camila Renault – Consultora de Marketing Digital: @Camila Renaux;
- Vinicius Gambeta – Fundador da Agência de Bolso: @agenciadebolso;
- Fabio Ricotta – CEO da Agência Mestre e Co- Fundador da Mestre Academy: @fabioricotta;
- Pedro Sobral – Gestor de tráfego pago: @pedrosobral;
- Fábio Prado Lima – Especialista em Facebook Ads: @fabiopradolima;
- Cristiano Santos – Especialista em LinkdIn: @santoscristiano;
- André Siqueira – Co-founder da RD Station: @andregcsiqueira;
- Kim Farrell – Diretora de Marketing do TikTok LATAM: @itsmekim;
- Ana Carolina Almeida – Marketer no LinkedIn: @anacarolalmeida;
Gostou das dicas?
Então, encontre essa galera por lá e ative o “sininho” para receber uma notificação sempre que eles forem falar nas salas do APP.

Concorrentes à vista e o Twitter Spaces em ação
Quem cresce chama atenção! E o Clubhouse, com sua proposta diferenciada das mídias sociais mais populares e sua ascensão explosiva, abriu os olhos dos gigantes do mercado.
Twitter Spaces
O Twitter já lançou o Spaces, também em versão beta, que permite aos usuários criar salas de bate-papo por voz.
A diferença é que o APP não exige convite entre usuários para ter uma conta e faz a transcrição de áudio para texto.
Telegram
Outro concorrente já em atuação é o Telegram, que, em dezembro de 2020, liberou os chats de voz nos grupos. Vale destacar que os grupos por lá podem ter até 200 mil participantes! 😮
Facebook e Instagram
A presença de Mark Zuckerberg no Clubhouse, assim como a de
Elon Musk, ajudou a impulsionar o APP em fevereiro de 2021. Mas talvez sua participação
por lá vá além da curiosidade como usuário. Acho que já vimos esta história
antes…
Segundo o The New York Times, O Facebook já está trabalhando para copiar criar um produto com funções do Clubhouse.
A ideia foi reforçada pelo desenvolvedor Alessandro Paluzzi, que divulgou em sua conta do Twitter prints de tela do Instagram que dão a entender que o canal já está se preparando para salas de áudio.
A concorrência vem forte e mirando nas brechas de segurança e acessibilidade que o Clubhouse deixa a deseja.
A movimentação gerada pelo APP de áudio chat mostra que as conversas por voz parecem ser o próximo universo a ser desbravado pelos aplicativos de relacionamento.
Talvez agora seja a hora de os podcasts, que já vêm consolidando o seu espaço, considerarem a adição de uma camada social à voz.
E, pelo visto, não vai adiantar muito querer fugir dos áudios com mais de um minuto no WhatsApp, não é mesmo? 🤣
Se você já garantiu o seu @ no Clubhouse, aproveite para acompanhar a mLabs por lá. Basta buscar por socialmlabs no aplicativo!